sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

II - CRIAÇÃO

Toda criação é sempre positiva. Ela ocupa o vago de um determinado “Estado Natureza”- em que o novo não existia- e passa a vigorar no mundo das coisas ou das ideias. O interessante é que não é possível criar a ausência de algo. A ausência só acontece a partir do momento em que a coisa ou ideia passa a existir. Trata-se de uma contraposição de sentido como ordem fundamental da existência. O imoral é um subproduto obrigatório da moral, assim como a escuridão é da luz.
Evidente se torna assim, o positivismo como conseqüência natural de nossa interação com os diversos “Estados Natureza” que se nos apresentam e o caráter dúbio obrigatório de tudo que se produz nessa interação. O que se cria é sempre positivo, mas trás consigo irremediavelmente a face oposta da criação. Entenda-se por criação, não apenas aquilo que é inédito a todos, mas também aquilo que até então não fazia parte do universo de determinado indivíduo. Cada um produz efeitos diferentes em suas interações. Cada um cria o positivo e o contra positivo o tempo todo. Isso porque o que é chamado de “Estado Natureza” não é algo comum a todos. O ponto em que o novo não existia, altera-se com rapidez inimaginável e é relativo às experiências individuais de cada um. A cada nova certeza ou verdade, uma igualmente nova, incerteza ou inverdade se faz.
Importante se torna ressaltar também, que aquilo que é contra positivo jamais suporta a presença do positivo. Não é possível que exista entre ambos uma coexistência. O imoral não permanecerá onde se fizer moral e a escuridão jamais prevalece sobre a luz. Vale lembrar que este conceito refere-se a cada minúsculo caso. Não digo aqui, que um indivíduo é em tudo moral, mas sim que, naquilo em que se faz uso desta moral, o imoral não encontra espaço.
Outra constatação interessante reside no fato de que tudo é invariavelmente dúbio. Procurar terceira via em qualquer interação é conceber meia certeza, ou meia verdade. Isso porque tudo que criamos - e que chamei de positivismo - gera apenas uma contraposição obrigatória. Por que obrigatória? Simples! Qual o sentido de positivar uma coisa que não existia em qualquer campo da existência, se não houver a contrapartida que o justifique? O colorido só se justifica pela ausência de cor. A questão que abordo depois do elucidado é: A que damos mais valor, ao positivo ou ao seu subproduto obrigatório? Reflitamos cada caso em especial.

4 comentários:

  1. só damos valor ao positivo face ao seu subproduto. é uma interdependência infinita mesmo.

    interessante (:

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  2. "A ausência só acontece a partir do momento em que a coisa ou ideia passa a existir."

    Não seria o contrário, amigo?

    Boa reflexão.

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  3. Caro amigo. Não há como ser o contrário. Se não´existe luz. Não pode haver sua ausência. Não há ausência de gtyuresd pq isso não existe, é apenas um monte de letra que juntei agora.

    abraço!

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  4. Muito bom aqui...começou muito bem!!!

    Boa-sorte!

    []s

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